quarta-feira, 27 de março de 2013

UM POUCO DA HISTORIA DA FERROVIA ( Linha Cachoeiro-Carangola )

Linha Cachoeiro-Carangola

                              (Espírito Santo e Minas Gerais)

Este trem de passageiros, que existe provavelmente desde 1913 (ano em que se terminou a ligação entre as duas estações), e certamente pelo menos desde 1932 (ano mais antigo em que dele encontrei referências). O trecho mais longo era percorrido no chamado ramal Sul do Espírito Santo, da Leopoldina, que era o trecho entre as estações de Cachoeiro do Itapemirim e Espera Feliz. Aí, o trem entrava pela linha do Manhuaçu até Carangola. O trem acabou em 1969, quando sobrou apenas um trem de passageiros correndo entre Carangola e Guaçuí até 1972, quando também acabou.

Percurso: Cachoeiro do Itapemirim a Carangola.
Origem da linha
: O primeiro trecho do ramal Sul do Espírito Santo foi aberto em 1887 (Cachoeiro-Rive) e terminado em 1913 (Rive-Espera Feliz). De Espera Feliz, onde o ramal se juntava com a linha do Manhuaçu, a Carangola, o trecho ficou pronto em 1911. Os trilhos foram arrancados nos anos 1970, sobrando apenas um trecho entre Cachoeiro e Coutinho, hoje utilizado por trens cargueiros.


Como todo trem de passageiros regional, que atendia às populações das pequenas cidades que existiam ao longo de sua linha, o trem do ramal Sul do Espírito Santo que ligava Cachoeiro do Itapemirim a Carangola não deixou muitas histórias escritas nem muitas fotografias. O que existe aqui 






Acima, uma raridade: uma fotografia do trem do ramal Sul do Espírito Santo. Ela foi tirada entre as estações de Celina e de Alegre, sentido Carangola, na "Volta da Ferradura". Data? Provavelmente, anos 1960. A locomotiva que o puxa é provavelmente uma vapor Garrat, e vêem-se pelo menos 4 carros e 1 carro-bagageiro (Foto de autor desconhecido; acervo Marcos de A. Farias). "Eu nasci em 1941 às margens da Estrada de Ferro Leopoldina, nas imediações entre a Volta da Ferradura e a Caixa D'agua, no sentido Alegre - Celina, mais ou menos 2 Km acima da Volta da Ferradura e uns 3 pra baixo do túnel - parece-me que é exatamente onde a foto acima foi tirada. Creio que esta foto em questão foi tirada dentro do sítio do meu avô, onde nasci..." (Jorge Albertacci, 12/6/2011).




Acima, o trem de passageiros, que não dá para ver muito bem, junto à plataforma da estação de Alegre, nos anos 1920 (Foto do livro As Ferrovias do Brasil, de Cornejo e Gerodetti, 2005, p.62). Abaixo, vista aérea da estação de Guaçuí com o trem de passageiros à sua frente, provavelmente anos 1960 (Acervo Wanderley Duck).




apaixonado por trens que fotografa e guarda tudo o que ouve sobre trens na região. Nomes como A Volta da Ferradura, por onde passa o trem na fotografia maior no topo, perdem-se no tempo e têm de ser arrancadas da memória das pessoas que viveram aquele tempo, um tempo em que este trem era o principal e praticamente o único meio decente para se viajar naquela região que engloba o Espírito Santo e uma pequena parte do território de Minas Gerais. Marcos conta que há pessoas que se lembram ainda de terem visto algumas locomotivas a diesel passar pelo ramal antes de ele fechar - o que é provável, pois até 1969, época em que as locomotivas diesel já imperavam, ainda havia movimento no trecho todo.




Acima, uma das últimas locomotivas que passou por Celina, em 1968-69. Notar a empatia da população com a máquina. (Acervo Marcos A. Farias). Abaixo,túnel escavado na pedra, por onde passava a composição, próximo a Celina, em foto de 2005, em que os trilhos já são apenas saudade. (Foto Marcos A. Farias).




Tudo acabou em 1972, foram-se os trilhos, demoliram-se estações e paradas, mas sobraram pontes e túneis, estações e pequenas paradas ainda de pé por todo o trecho como um fantasma de um passado que não volta mais.



Um comentário:

  1. LAMENTAVEL E VERGONHOSO, a falta de caráter de quem deveria cuidar, vai de prefeitos, governadores e governo federal, é para beneficiar o rodoviário.

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